terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Venci Drácula!

Finalmente terminei de ler Drácula, de Bram Stoker! Eita leitura difícil essa! Acho que levou uns cinco meses ou mais pra eu terminar de ler isso. Tá, uns três. Por que o livro é chato? Não não. Nada disso. É porque foi em .pdf mesmo.

O livro difere, em alguns pontos, do filme de Francis Ford Copolla Drácula de Bram Stoker, estrelado por Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins e Keanu Reeves. Não tem a origem de Drácula e nem aquele romance todo com a Mina, mas isso não quer dizer que seja ruim. Posso ver como duas obras diferentes, de tempos diferentes, sobre uma mesma história. Os dois tem o seu glamour. Mas do filme não irei comentar por aqui agora.

Quanto ao livro, é de uma gama de detalhes muito bem explorada. Realmente consegue passar ao leitor todo o desespero e o medo dos personagens. A forma como o livro foi escrito também é de uma maestria sem tamanho. Eu ainda não li um livro que se desenrolasse dessa forma. Todo o texto do livro aparece sobre a forma das anotações dos próprios personagens. Diários, memorandos, cartas, anotações, relatórios... trazendo assim mais veracidade ao conto. Achei demais. Me deu vontade de tentar fazer algo assim, mas talvez seja demais para a minha pessoa.

Como trecho interessante ressalto o da noite em que Jonathan Harker vê o Conde pela janela no meio da noite. Jonathan havia ido ao castelo do Conde Drácula, a trabalho, levando documentos de propriedades compradas em Londres. Já fazem dias que todos os documentos foram assinados mas o Conde não só não permite a sua partida, como ainda desvia suas cartas endereçadas para a noiva Mina. O medo começa a permear a mente do jovem sr. Harker. Nessa noite, particularmente, ele vai para a janela do seu quarto e, olhando para fora, vê algo aterrador.

"O que chamara a minha atenção era a cabeça do Conde, saindo para fora da janela. Não vi o rosto, mas distingui-o pelo pescoço e pelo movimento de suas costas e braços. De qualquer maneira, não podia me enganar com aquelas mãos, que tivera tantas oportunidades de examinar. A princípio, eu estava interessado e um tanto distraído, pois qualquer coisa serve para distrair um prisioneiro. Mas meus sentimentos transformaram-se em repulsa quando vi todo o corpo do Conde projetar-se pela janela, vagarosamente, e sair se arrastando pela parede, de cabeça pra baixo, com o manto agitando-se ao vento, como asas enormes. A princípio, não pude acreditar no que estava vendo. Pensei que fosse uma ilusão causada pelo luar. Mas não podia haver dúvida. Os dedos dos pés e das mãos se agarravam as pedras da parede, e o Conde andava velozmente de cabeça para baixo, como uma lagartixa.

Que homem será este, ou que criatura semelhante a um homem? Receio que o pavor deste horrível lugar me enlouqueça e que não haja meio de escapar daqui. Estou tão horrorizado que não ouso pensar em..."

Achei demais o livro, e achei ainda melhor tê-lo terminado. Agora vou partir pra Isaac Asimov e suas Visões de Robô.

Um comentário:

Anônimo disse...

Moço,

primeiro parabéns por ter concluído um livro.
segundo, adorei o seu texto e a forma como vc o fez.
usou bem as palavras.

bjo